quarta-feira, 13 de março de 2019

Carnaval de rua feminista é resistência com alegria!

Este ano de 2019 foi difícil para o carnaval de rua democrático por conta dos muitos episódios de repressão policial. Mas fomos ainda assim às ruas com alegria, o Bloco da Dona Yayá e os blocos amigos Maiô nu Rego e Fuá e tantos outros que defendem um carnaval popular diverso, inclusivo e livre como o mundo mais justo que queremos para todas e todos.

Queremos agradecer a todas e todos que estiveram com a gente nos preparativos e na realização do desfile deste ano, que estiveram com a gente no desfile, somando força e esperança no coletivo:

O companheiro Adriano Diogo e a empresa Cristal Azul por suas doações de insumos para o almoço de arrecadação do Bloco;

A Ane e o Douglas do grupo Fragmento Urbano pelo som;

A Teresinha e o César pelo carro e batucada;

A Aline e a Natália das PLPs de Jundiaí por ajudarem na organização e na condução da ala dos instrumentos e na cantoria e batucada;

Os blocos amigos Maiô nu Rego e Fuá pelos diálogos, construções e animação e batucada;

E o Centro de Preservação Cultural da USP por nos receber na Casa da Dona Yayá de portões e braços abertos.

Neste ano estaremos juntas e juntos construindo o Carnaval de 2020 com ainda mais garra para fazer a nossa farra! Até nosso próximo encontro!


















domingo, 20 de janeiro de 2019

Fiquem ligadas e ligados: Calendário do Bloco da Dona Yayá Pré Carnaval 2019

Folionas e foliões!

Eis que estamos de volta para mais um ano de fuzarca feminista pelas ruas do Bixiga! Anotem as datas importantes para este Pré Carnaval 2019:

3o. Ensaio do Bloco da Dona Yayá
20 de janeiro de 2019 (domingo)
a partir das 15:00 horas
Sede da União de Mulheres

4o. Ensaio do Bloco da Dona Yayá
3 de fevereiro de 2019 (domingo)
a partir das 15:00 horas
Sede da União de Mulheres

5o. Ensaio do Bloco da Dona Yayá
10 de fevereiro de 2019 (domingo)
a partir das 15:00 horas
Sede da União de Mulheres

Desfile do Bloco da Dona Yayá
24 de fevereiro de 2019 (domingo)
concentração a partir das 15:30 horas
Sede da União de Mulheres
saída do Bloco às 16:30 horas

A sede da União de Mulheres fica na Rua Coração da Europa, 1395, Bela Vista, São Paulo. Dona Yayá espera a todas e todos de braços abertos!

Para cantar junto 32

Feminicídio


Chega de Feminicídio
De assassinato de mulheres
Aqui no Brasil
Mata-se por ano
Muito mais de 5 mil!


São Marias e são Anas,
São Rafaelas e Tatianas,
Todas vítimas fatais
Do machismo exacerbado que já tá demais!


Chega de Feminicídio
De assassinato de mulheres
Aqui no Brasil
Mata-se por ano
Muito mais de 5 mil!

São Marias e são Anas,
São Rafaelas e Tatianas,
Todas vítimas fatais
Do machismo exacerbado que já tá demais!


Grito de Luta:
Abaixo a violência,
Chega de assédio,
Estupro e espancamentos
E assassinatos de mulheres!

Música do coletivo da oficina de preparação de 25 de novembro de 2018


Para cantar junto 31


Dia da Conquista do Voto Feminino


Os homi votaram primeiro,
As muié muito depois,
Em 24 de fevereiro
De 1932!


O voto conquistado
Fez muita diferença
Votaram e foram votadas
Marcando sua presença!


Direitos e Cidadania
É luta e todo dia
Mulheres conscientes,
Construindo a Democracia!


Música do coletivo da oficina de preparação de 25 de novembro de 2018


sábado, 13 de outubro de 2018

Ajuste na programação dos ensaios do Bloco da Dona Yayá

Folionas e foliões!

Devido ao agito do calendário das eleições deste ano, o ensaio previsto para o dia 21 de outubro foi adiado para acontecer no mês que vem. Guardem a data de nosso próximo encontro:

3º Ensaio do Bloco da Dona Yayá pré Carnaval 2019
25 de novembro de 2018 (domingo)
às 15:00 horas

Nossos encontros acontecem na sede da União de Mulheres, na Rua Coração da Europa, 1395, Bela Vista, São Paulo. Dona Yayá também estará lá, esperando todas e todos!

segunda-feira, 10 de setembro de 2018

Para saber um pouco mais sobre a temática do pré-carnavel 2019 do voto feminino no Brasil

Olá, folionas e foliões!

Uma das temáticas do Bloco da Dona Yayá no nosso pré-carnavel de 2019 será o voto feminino. Ano que vem nosso desfile cai no dia 24 de fevereiro, quando, no ano de 1932, as mulheres conquistaram o direito ao voto no Brasil. São 87 anos exercendo o direito de votar e ser votada, mas, nos dias de hoje, ainda com uma representatividade muito baixa nos cargos eletivos, tanto do executivo quanto do legislativo, que tanto influenciam a formulação e implantação de políticas públicas. Precisamos de mais diversidade na política, aumentando a participação das mulheres e das populações não brancas e LGBT. Para dar apoio à composição da nossa letra, segue um artigo de Amelinha Teles sobre o voto feminino.

Boa leitura!

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A História pelo Direito do Voto Feminino Maria Amélia de Almeida Teles - União de Mulheres de São Paulo

“O pensamento feminista, que nos traz a compreensão sobre direitos conquistados como valor da nossa condição de cidadã, torna as mulheres mais fortes diante da adversidade.” - Maria Betânia Ávila.

Introdução
O movimento sufragista de mulheres, como ficou conhecido, se caracteriza como feminista, pois se trata de uma luta específica de representantes da população feminina. As mulheres foram excluídas do direito de votar simplesmente porque eram mulheres. Elas então passaram a se organizar para protestar e lutar pelos direitos negados. A luta pelo direito do voto feminino foi um movimento universal que mobilizou milhões de mulheres, em diversos países tantos no continente europeu como nos americanos.  
O feminismo é um movimento social de defesa dos direitos das mulheres que tem seu início, no mundo Ocidental, no século XVIII, com a Revolução Francesa (burguesa) e com a Revolução Industrial. Dada a sua amplitude, o feminismo apresenta uma complexidade, uma vez que todas as mulheres - independentemente de classe social, raça/etnia, cor, geração e orientação sexual - são alvo de discriminação histórica, o que as leva a serem excluídas da cidadania e a sofrerem violência.
O feminismo varia conforme a cultura de cada sociedade e o contexto histórico. Para efeitos didáticos, usa-se chamar as suas diversas fases históricas de “ondas” ou etapas. Há diversas classificações. No presente texto, adota-se a que divide a história em duas etapas (ou “ondas”). A primeira onda se inicia no século XVIII e vai até meados do século XX: trata-se do movimento sufragista feminista. A segunda onda retoma o feminismo a partir da segunda metade do século XX e se estende até o século XXI. Nesta segunda onda, as mulheres lutaram por autonomia social e econômica, direito a decidir sobre seu próprio corpo e direito à escolha, reivindicaram que o pessoal é político e exigiram o direito pleno a todos os direitos, inclusive o de viver uma vida sem violência.

A revolução não mudou o paradigma masculino

“Nenhuma revolução rompeu com a desigualdade entre os sexos...”

Com a vitória da Revolução Francesa em 1789, as mulheres que participaram ativamente do processo revolucionário foram excluídas totalmente do acesso aos direitos conquistados. Após a conquista do poder revolucionário burguês, as mulheres foram alijadas e tiveram negado o direito de votar e de serem votadas. Essa negação mostrou-se contraditória ao que apregoava a Revolução Francesa, que mobilizou amplas camadas da população sob as consignas da liberdade, fraternidade e igualdade.
A “Declaração de Direitos do Homem e do Cidadão”, escrita pelos líderes masculinos, designava direitos exclusivamente ao homem e ao cidadão. Trazia no seu conteúdo a negação dos direitos femininos. Os teóricos da Revolução Francesa defendiam que as mulheres deviam cuidar da família e não dos assuntos da política.  Uma francesa, Olímpia de Gouges, que integrou os movimentos revolucionários, conclamou suas companheiras para escrever um documento que declarasse os direitos das mulheres. Escreveu a “Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã”, com o seguinte preâmbulo:
“As mães, as filhas, as irmãs, representantes da Nação, requerem a sua inclusão na Assembleia Nacional. Considerando que a ignorância, o esquecimento ou o desprezo pelos direitos da mulher são as únicas causas das desgraças públicas e da corrupção dos governos, resolvem expor numa solene declaração, os direitos naturais, inalienáveis e sagrados da mulher...
Mulher, desperta-te, o arrebatamento da razão se deixa ouvir em todo o universo. Reconheça teus direitos...”

A Declaração anunciava a igualdade de direitos entre homens e mulheres, o direito à liberdade, à propriedade, aos cargos públicos e ao voto. Mas não foi aceita pelo poder constituído e sua autora foi condenada à morte, sendo guilhotinada em sete de novembro de 1793. Os termos da sentença judicial que a condenou a acusavam de “se imiscuir nos assuntos da República e se esquecer das virtudes de seu sexo”.
Mais uma mulher foi guilhotinada, Sra. Roland, e muitas outras foram encarceradas. Os clubes republicanos femininos, espaço importante na organização e mobilização de mulheres, foram sumariamente fechados. Proibiram as mulheres de assistir assembleias políticas e mais do que cinco mulheres nas ruas não poderiam estar reunidas. Foram criadas leis que definem que o lar deveria ser o destino de atuação das mulheres e que estas deveriam se submeter aos maridos e aos homens. Um dos principais líderes teóricos da Revolução Francesa, Rousseau, afirmou que a hierarquia entre os sexos era natural e necessária para fortalecer a família. Segundo ele, o político seria aquilo que deriva do pacto social. A desigualdade entre os sexos não teria origem na sociedade, pelo contrário, seria natural. Rousseau, formulador do princípio da igualdade, entendeu que este deveria estar restrito ao grupo de homens de uma determinada comunidade política. Mary Wollstonecraft foi uma das mulheres feministas que o criticou severamente ao chamá-lo de contraditório por defender a democracia apenas para o grupo masculino.

O sufragismo feminista nos Estados Unidos

“O capitalismo naturalizou as desigualdades entre os sexos...”

É importante destacar igualmente o movimento sufragista norte-americano de mulheres que escreveu a “Declaração de Sêneca Falls”. Este movimento se vinculou desde seu início à luta contra a escravidão negra. Ao perceberem o quanto os escravos negros estavam subjugados, aquelas mulheres se deram conta de que a sua própria situação era bastante similar, pois se encontravam confinadas na esfera doméstica.
As mulheres norte-americanas tiveram a força necessária para começar o movimento justamente em 1840, no “Congresso Antiescravista Mundial”, realizado em Londres. Elas foram àquele evento, mas proibiram a sua entrada. Injustiçadas, decidiram deflagrar o movimento pelos direitos e lançaram, em 1848, o documento “Declaração de Sêneca Falls”, com a exigência de direitos, inclusive o de votar e de ser votada.
Em 1870, o governo norte-americano concedeu o voto para os homens, mas o negou explicitamente para as mulheres. Em alguns estados, as mulheres foram conquistando o direito de voto, porém estas só irão votar para a presidência da República em 1920. Daquelas que assinaram a “Declaração de Sêneca Falls”, havia somente uma sobrevivente, Charlotte Woodward, que então votou nas eleições presidenciais daquele ano.

Inglaterra: a repressão policial contra as sufragistas

“Prevaleceram o preconceito, a discriminação e a violência contra as mulheres...”

Na Inglaterra, a luta sufragista das mulheres surgiu no ano de 1851, num ato público no qual as sufragistas reivindicavam o direito de voto. As sufragistas inglesas tiveram o apoio de um intelectual famoso, John Stuart Mill, que escreveu, em 1869, um ensaio favorável à luta das mulheres: “A sujeição da mulher”.  
As sufragistas inglesas sofreram violência policial, foram encarceradas e obrigadas a pagarem multas por entrarem nas reuniões políticas dos homens. Em junho de 1913, uma das sufragistas, num gesto de desespero, se atirou em frente ao cavalo do rei, vindo a morrer. Tal fato deflagrou uma série de lutas sufragistas de rua naquele país, as quais foram violentamente reprimidas.
As inglesas só conquistarão o direito de voto em 1918, após a Primeira Guerra Mundial. No entanto, a idade mínima para que elas pudessem votar era de trinta anos. Somente em 1928, as inglesas vão conquistar o direito de votar aos vinte e um anos de idade.

Na América Latina, o menosprezo pelos direitos das mulheres

“Que sejam as próprias mulheres a tomarem em suas mãos a luta por sua libertação...”

A luta pelo voto feminino na América Latina foi bastante inovadora. Por exemplo, as chilenas, em 1876, aproveitaram-se de uma lacuna na Constituição de seu país, que não explicitava de forma precisa a proibição do voto feminino, para, então, se inscreverem nas listas eleitorais. Apesar das negativas de algumas autoridades, algumas mulheres conseguiram obter o título de eleitora. Esse movimento é considerado um dos pioneiros na América Latina no sentido de se conquistar a igualdade de direitos. Mas o governo chileno, em 1884, criou nova lei proibindo taxativamente as mulheres de votarem e de serem votadas.  
No México, as mulheres participaram ativamente da revolução social com a esperança de que lhes fosse outorgado o direito ao voto. Mas só foram obter esse direito em 1958.
No entanto, na maioria dos países latino-americanos tal era o menosprezo às mulheres, consideradas seres inferiores, que as Constituições latino-americanas do século XIX e do início do século XX sequer proibiam o voto feminino, pois o título de cidadão era somente concedido aos homens.

No Brasil, a luta sufragista aliou-se à luta abolicionista

“O capitalismo se desenvolveu de modo diferente em cada país, mas em todos eles legitimou o mesmo regime patriarcal e racista de dominação.”

No Brasil, o surgimento da imprensa feminista, considerada a mais expressiva da América Latina, com diversos jornais que estimularam e disseminaram as novas ideias a respeito das mulheres e dos seus direitos, desempenhou importante papel na luta sufragista. O mais avançado desses jornais, “O Sexo Feminino”, dirigido por Francisca Senhorinha da Motta Diniz, teve seu primeiro número publicado, em sete de setembro de 1873, em Campanha da Princesa, junto ao Município de São João Del Rei, Minas Gerais. Ela dirigiu o jornal diretamente às mulheres, o que era algo pioneiro. As outras feministas dirigiam suas palavras aos homens a fim de os convencerem a deixar suas mulheres exercerem os seus direitos.
Francisca trazia sua palavra escrita voltada para conquistar as mulheres em prol da defesa de seus direitos. Defendia a ideia de que as mulheres deveriam ter independência econômica para não precisarem se submeter aos homens. Para isso pregava o direito à educação para as mulheres de maneira que pudessem elevar seu status. Defendia com ardor o direito ao voto feminino e a abolição da escravatura negra. Mais tarde, ela transferiu-se para o Rio de Janeiro onde chegou a vender quatro mil exemplares do jornal. Após a proclamação da República, em 1889, seu jornal ganhou um nome novo, “O Quinze de Novembro do Sexo Feminino”, que passou a tratar numa coluna específica a questão do voto e da participação política das mulheres.
Uma das sufragistas, Josefina Alvares de Azevedo, dedicou sua capacidade profissional literária à mobilização da opinião pública em torno do direito de voto para as mulheres. Ela foi responsável pela criação do jornal “A Família” na cidade de São Paulo, que posteriormente foi transferido para o Rio de Janeiro. Em 1890, o Ministro dos Correios, Benjamin Constant, proibiu o acesso das mulheres às escolas de nível superior. Josefina protestou contra ele com veemência. Seu jornal era feminista e propunha que as mulheres tivessem o direito à educação, ao voto e ao divórcio. Josefina queria que as mulheres pudessem escolher seus maridos e também tivessem “o direito de intervir nas eleições, de eleger e ser eleitas, como os homens, em condições de igualdade.” Mas ela não se limitava a travar essa luta apenas pela imprensa. Ela levou para o teatro a campanha pelo voto feminino, o que ampliou o debate. Encenou, pelo menos por uma vez, a comédia “O voto feminino”, que se passava no ambiente doméstico, com um casal que vivia sob a expectativa de que o governo concedesse o direito de voto para as mulheres. De forma bem-humorada, ela mostrou a dificuldade dos homens em aceitarem a possibilidade do voto feminino.
Outro veículo que tinha como principal objetivo enfatizar a importância do voto feminino era a revista “A Mensageira” (1897 a 1900), publicada em São Paulo e dirigida pela poetisa Prisciliana Duarte de Almeida.
No início do século XX, ocorreram lutas e greves operárias, lideradas por mulheres, para a redução da jornada de trabalho e pela regulamentação do trabalho feminino. As operárias reivindicavam a abolição do trabalho noturno para as mulheres e para as crianças, além de lutarem pela igualdade salarial.
Ao mesmo tempo, uma parcela expressiva de mulheres, pertencentes à classe média e às classes dominantes, abraçavam uma causa comum a mulheres de diversos países, que era a luta pelo sufrágio feminino. Em 1910, Deolinda Dalho, professora, fundou o Partido Feminino Republicano, que defendia o direito de voto e o direito das mulheres ocuparem cargos públicos. Em 1917, ela promoveu uma passeata de mulheres no Rio de Janeiro pelo voto feminino.
Em 1920, Bertha Lutz e Maria Lacerda de Moura fundaram no Rio de Janeiro a Liga para Emancipação Internacional da Mulher, cuja preocupação principal era a luta pela igualdade política das mulheres. Posteriormente, em 1922, Bertha Lutz criou a Federação Brasileira pelo Progresso Feminino, a qual irá dar um grande impulso à luta pelo sufrágio feminino. Adicionalmente à conquista pelo voto para as mulheres, a Federação se propunha a lutar pela educação e pela elevação do nível de instrução feminina, pela proteção das mães e ad infância e pela obtenção de garantias legislativas e práticas para o trabalho feminino.
Alguns homens políticos passaram a apoiar a campanha sufragista. No Rio Grande do Norte, o presidente da Província (cargo equivalente ao governador do estado atualmente), Juvenal Lamartine, fez aprovar uma lei que permitia o direito feminino. Em 1927, registraram-se as primeiras eleitoras. E, em abril de 1928, quinze mulheres votaram naquele estado. Porém, o governo federal não reconheceu esses votos. Somente em 1932, o direito de voto será uma realidade para as brasileiras, tornando-se direito constitucional na Constituição de 1934, elaborada com a primeira deputada federal constituinte, eleita pelo voto popular, Carlota Pereira Queiroz.  
O voto feminino não garantiu a implementação de um plano de equidade política entre mulheres e homens. Ainda, no Brasil, as mulheres estão sub-representadas na política. Hoje, com os resultados eleitorais de 2012, as mulheres são apenas 9% na Câmara de Deputados, 10% no Senado e, nas cidades do Rio de Janeiro e São Paulo, as vereadoras são 15% e 10% respectivamente.
No Brasil ainda prevalece uma mentalidade de que política “é coisa de homem”. Segundo o Relatório da Inter-Parliamentary Union, organização que reúne os parlamentos de 162 países, o Brasil ocupa, no ranking de 190 países, o 119º posto em relação à participação das mulheres na política. O Brasil possui partidos políticos sexistas que não oferecem condições mínimas para a participação das mulheres, embora hoje tenhamos uma mulher de esquerda, militante na luta de resistência à ditadura, na Presidência da República, Dilma Roussef.

Referências Bibliográficas:

Teles, Maria Amélia de Almeida. Breve História do Feminismo no Brasil. Editora Brasiliense, São Paulo, 1993.

Showalter, Elaine. Mujeres rebeldes - una reivindicación de la herencia intelectual feminista. Ed. Espasa, Madrid, 2002.

Escapa Garrachón, Rosa; Martínez Ten, Luz. “Yo política: guia para la formación y capacitación política para mujeres. Manual de la formadora”. San José, C.R., FUNPADEM, 2006.

Para cantar junto 30

Eu vou contar agora

Eu vou contar agora
Não deixo pra depois
A Yayá faz cento e 32

Canta minha gente
Não deixe pra depois
A Yayá faz cento e 32

Cheia de fofoca
Cheia de intriga
Era conhecida
Como a louca do Bixiga

Guiava seu automóvel
Tirava foto, tirava foto
Junto com os artistas
Fazia seu sarau
Antecipando o Carnaval

Com tudo que fazia
Que não era coisa pouca
Com tanta hipocrisia
Foi trancada como louca

Da Yayá trazemos a lição
Cadeia não é solução
Da Yayá trazemos a lição
Falta gênero na educação

Abre, abre, abre o portão
Cadeia não é solução
Abre, abre, abre o coração
Falta gênero na educação

Versão de música de Marcio Miele e coletivo da oficina de preparação de 19 de janeiro de 2013